segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Texto em dobro

Desfilo por essas ruas de pedra, com meus quatro pés, lançando mão - com muita ginga - de todos os meus manuais. Me contradigo. Divido o ar, a conta, o dezembro. Se na próxima esquina em que eu virar alguém me avistar, vai sabendo que acompanhando meu embalo poderia ser você. Se o acaso, destino, força maior nos controlasse. Não querer. Se das vezes que eu desse as costas a música triste não embalasse só a minha cena. As duas bebidas estacionadas no balcão, desfilando em minha mão, poderia ter outra direção. Mas não. E é mais divertido assim. Não há contagem de negativos, não há insistência, desistência, não falta paciência. Se depois que dobrarmos a rua, é bom saber. Não sei andar em linha reta. Poderia ter sido o meu batido 'para sempre'. Mas eu me dobro em outros corpos, novas canções. É uma pena. Agora, com a rotina quebrada - e parafraseando o Soul -, quando penso nisso, estou melhor sem isso.

When i think about it
I'm better off without it
{...}
That could've been you uh uh ♪'

Um comentário:

Tiago Fagner disse...

Isso parece um querer não querer, que quase sempre quer dizer que já queremos mas não temos coragem de admitir.

Como meu inglês só não é pior que o meu alemão, a música não traduzi, fica na imaginação. :P
Abraço Victor!